Se não houvesse espelhar de olhos no primeiro dia de aulas, ser professor não seria um sonho.
Se um fio de beleza não pudesse soltar-se daqueles dedos, daquelas vozes cantoras, daqueles corpos em movimento, ser professor não seria um sonho.
Se nunca um verso ganhasse asas no fresco dos seus lábios, ser professor não seria um sonho.
Se um livro, uma pintura, um ambiente virtual ou um filme não abrissem uma porta até então fechada, ser professor não seria um sonho.
Se o tédio não pudesse emagrecer, ser professor não seria um sonho.
Se o saber não construísse pessoas melhores, ser professor não seria um sonho.
Se Arte e Jogo, Língua e Ciência não pudessem ser nomes próprios, nobres palavras, ser professor não seria um sonho.
Se um certo olhar não sorrisse ao conseguir ler pela primeira vez uma frase, fazer uma descoberta, resolver um problema, ser professor não seria um sonho.
Se um rosto não se iluminasse ao ouvir “muito bem!”, “está bem visto!”, “um passe perfeito!”, ser professor não seria um sonho.
Se uma mão negra e outra branca e outra morena não pudessem tocar-se, ser professor não seria um sonho.
Se várias cabeças não conseguissem pensar melhor do que uma, ser professor não seria um sonho.
Se o silêncio e o asseio, a sobriedade e a ordem não pudessem ser aprendidos, ser professor não seria um sonho.
Se o medo e a violência, a solidão e a pobreza não pudessem ser combatidos, ser professor não seria um sonho.
Se justiça e democracia, fraternidade e autoridade não pudessem ser aprendidas, ser professor não seria um sonho.
Se na escola não pudesse germinar a paz e a entreajuda, em vez da competição, ser professor não seria um sonho.
Se a escola não ajudasse a reordenar o mundo, ser professor não seria um sonho.
Se a inteligência não pudesse guiar o sonho, se este não pudesse guiar a inteligência, ser professor não seria um sonho.
Quando nas lides te iniciaste, ser professor tinha a forma de um sonho? Se não tinha, o tempo deu-lhe essa forma. Para muitos, ser professor é tornar real um sonho. O de ajudar a crescer, a fazer do mundo um lugar melhor para se viver.
E não há ofensas, nem indignidades – provindas de efémeros poderes –, nem rankings, nem propagandas capazes de matar esse sonho.
Nem distâncias, nem sacrifícios, nem desassossego, nem noites em claro…
Sem vozes de crianças e jovens à tua volta, sem humana relação, ser professor não seria um sonho.
O atual decreto-lei 54/2018 cessa o rótulo de "necessidades educativas especiais" (NEE), dando lugar a uma Escola que procura dar resposta a todos os alunos, independentemente da dimensão das dificuldades/potencialidades. Também o recurso à CIF, quantas vezes dúbio, deixou de ter a importância e relevância do decreto anterior.
Atualmente, as medidas a aplicar são três, divididas cada uma delas, em outras específicas: as universais (diferenciação pedagógica, acomodações curriculares, enriquecimento curricular, promoção do comportamento pró-social e a intervenção com foco académico ou comportamental em pequenos grupos), as seletivas (percursos curriculares diferenciados, adaptações curriculares não significativas, apoio psicopedagógico, antecipação e reforço das aprendizagens e o apoio tutorial) e adicionais (frequência do ano escolar por disciplinas, adaptações curriculares significativas, PIT, metodologia e estratégias de ensino estruturado e o desenvolvimento de competências de autonomia pessoal e social).
O envolvimento dos pais/EE e do aluno adquiriram maior relevância, durante toda a sequêncialização do processo. Isto é, a definição das medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão é realizada pelos docentes, ouvidos os pais ou encarregados de educação e outros técnicos que intervém diretamente com o aluno.
O esquema seguinte (Pereira, F. et al, 2018, p. 29), apresenta uma síntese das medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão-níveis de intervenção.
Dado considerar que alguns materiais são exclusivos para os professores e membros das equipas envolvidas, a partilha dos mesmos não é, em meu entender, uma prática profissional correta, ainda que acessíveis (e muito bem!) nos diferentes portais do Ministério da Educação. Desta forma, de seguida deixo-vos o decreto-lei em causa.
O mês do reinicio das aulas, da mudança, de um renascer que se quer luminoso.
Por forma a facilitar a atividade dos pais/EE, professores e alunos partilho dois modelos de calendários escolares. Um deles, adaptado do Portalmath, utilizo sobretudo para que os discentes registem os momentos de avaliação.
Espero que esta partilha seja-vos útil.
Para aceder aos documentos, clique nas hiperligações.
No passado dia 16 foi publicada a Lei 50 de 2018. Nela é feita a transferência de competências para as autarquias locais e para as entidades intermunicipais, tendo por base a concretização dos princípios da subsidiariedade, da descentralização administrativa e da autonomia do poder local.
Esta descentralização, além de repentina, lançada em pleno mês de agosto, parece-me contribuir para eventuais desigualdades, em função da valorização da Educação, por parte das Autarquias. A Educação também é feita com base no recurso de materiais essenciais facilitadores e motivadores do processo de ensino/aprendizagem; por exemplo. Por outro lado, a pouco e pouco, num país que tem vindo a revelar-se cada vez mais corrupto, caminhamos rumo a um maior número de "padrinhos", "lambe-botas" e da bajulação. Perseguições políticas e/ou de mentalidades adivinham-se.
Este é um post cujo tema, seguramente, a Célia saberá dar-vos mais pormenores. O que aqui partilho teve como ponto de partida uma notícia que acabei de ler há pouco, no MSN, seguindo-se a consulta da página do Facebook da PSP.
A respeito deste tema, para pais, educadores e jovens deixo o texto que acompanha a imagem com a qual ilustrei esta publicação:
<<Desafio Momo do Whatsapp
Na imagem encontra-se a foto de uma escultura de uma mulher-pássaro, exposta em 2016 numa galeria japonesa, em Tokyo.
A mesma imagem tem sido associada a Momo, um contacto que através do Whatsapp pede para adicionar e entra em grupos de conversação. Recebem-se respostas de cariz ameaçador e perturbador. Estas ameaças levam à extorsão de informação pessoal, incitam ao suicídio e a atos arriscados, pelo que se trata de um isco utilizado por criminosos para manipular as vítimas (jovens) roubar dados e extorquir.
Riscos:
- roubo de informações pessoais; - incitação à violência e suicídio; - assédio; - extorsão; - perturbações várias decorrentes de manipulação e coação.
Para os pais:
- educar sempre no sentido da responsabilidade no digital, protegendo dados pessoais, passwords e informações privadas; - educar no sentido de nunca se adicionar contactos estranhos ou desconhecidos, em todas as plataformas; - acompanhar a atividade dos filhos nos smartphones e tablets; - incluir regras para um uso moderado; - em caso de suspeita ou crime, denunciar à PSP.>>
Manuais escolares gratuitos, novos ou usados, começaram ontem a ser distribuídos, através da plataforma MEGA, aos cerca de 500 mil alunos do 1.º ao 6.º ano. Pode ler a notícia da Lusa, aqui.
De seguida, partilho alguns cartazes que pretendem fornecer informações e tornar o processo mais célere.
Perante as temperaturas elevadas, que se farão sentir, apesar de estarmos no verão, é necessário tomar cuidados adequados, principalmente junto aos grupos de risco. Deve ser dada especial atenção às pessoas mais vulneráveis aos efeitos do calor nomeadamente às crianças, pessoas com mais de 65 anos, aos portadores de doenças crónicas e a todos os que desenvolvem atividade no exterior com consequente exposição forçada ao sol e ao calor.
Devem, em permanência, nestes dias, em que as temperaturas vão aumentar, ser seguidas as recomendações para proteção dos efeitos negativos do calor:
- Manutenção do corpo hidratado e fresco com ingestão de líquidos;
- Evitar a exposição solar em especial entre as 11h e as 16h;
- Utilização de protetor solar com fator superior a 30;
- Usar vestuário adequado, peças de roupa leves, de preferência de algodão, e de cor clara, uma vez que estas refletem o calor e a luz solar e ajudam o corpo a manter as temperaturas normais;
- Usar chapéu e óculos de sol;
- Fazer um consumo responsável de bebidas alcoólicas;
- Redobrar os cuidados em viagem, evitando a permanência em viaturas expostas ao sol, particularmente de crianças e de idosos, sobretudo nos períodos de maior calor. Se não tiver ar condicionado, não feche completamente as janelas. Leve água suficiente ou sumos de fruta natural, sem adição de açúcar, para a viagem. Sempre que possível viaje de noite.
- Reduzir as atividades ao ar livre em especial as que exijam esforço físico intenso, tais como desportos, durante os períodos em que as temperaturas estão mais elevadas, no período das 11 ás 16 horas;
- Redobrar a atenção ás crianças, idosos, doentes acamados e dependentes oferecendo líquidos com frequência, na forma de água e sumos naturais sem açúcar;
- Redobrar a segurança balnear, incluindo prevenção de afogamento e não tomar banho ou consumir água, mesmo que para se refrescar, proveniente de fontanários ou lagos decorativos;
- Utilizar apenas água da rede pública ou água engarrafada;
- Seguir as recomendações do INFARMED,I.P. sobre a utilização e conservação de medicamentos;
- Em caso de necessidade ligar para a Linha Saúde 24 (808 24 24 24).